Já há tempos que ando para rabiscar a minha
indiferença.
Assim como eu, ela é minimalista e ridícula,
É fingida ao ponto de soar carnívora aos dentes
dum predador.
A minha indiferença é a minha dor
Filtrada, fervida, congelada, arrumada,
escondida.
A minha diferença é que eu sou apenas uma
película
Que removo quando vivo, mas que quando sinto,
sou eu.
Então, como brota a minha indiferença se sou eu
que sinto
E se sinto é porque me aleija ou me afaga?
Mas o desinteresse pela dor também é meu,
Porque perante ti sou muda, cega e surda.
E nem a minha inferioridade me apaga
O desejo de querer ser indiferente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário