segunda-feira, 14 de março de 2011

existir sem ser.

Há cansaço nas minhas artérias,
Cansaço das pessoas e das ideias.
Nada é excitante, tudo é decadente:
A minha vida surge como fim pendente.
Surge como conforto para quem me causou,
Porque além disso, sou um nada disfarçado.
Sou um fio entrelaçado
No meio de duas pontas que a vida cortou.
Poderia citar a vontade,
Mas realmente nunca a conheci.
Surge como paisagem longe da realidade,
Realidade na qual adormeci.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Hoje, só hoje.

Hoje vi a decisão,
Vi o contraste entre o azar e a razão.
Caiu-me o porta-moedas
E perdi-me nas ruelas.
Fingi que era surda,
Um acidente numa curva,
Fingi que era muda,
O reflexo na água turva.

Hoje não soube o que escolher,
Fiquei presa entre o meu ou o vosso.
Dentro do útero a me contorcer
Era quieta a tempestade ainda em esboço.
Ó perfeição perdida, hoje sou tortura,
Hoje sou um morcego numa aventura.

Hoje duvidei que havia solução,
Peguei na água e no pão
Fiz a mala e fugi,
Fui covarde e tremi.
Ninguém correu atrás,
E só alguém não perspicaz
É que não contemplaria a solidão
Deste delicado coração.

Hoje cai na fuga,
Tropecei na minha deslealdade.
E hoje a minha estante se arruma
Com objectivos e vontade.
E, amanhã vou cavar a casca, romper limites.
Acreditar e suceder.
Pegar em histórias tristes
E reescrever.