domingo, 29 de abril de 2012

fugi


o mundo move-se com o mexer da colher
numa chavena de chá,
e eu parti com a maré, fugi de escolher.

corri com quatro pernas,
não dormi para não te sonhar.
tropecei e deixei-me arrastar.

e hoje, a distância são metros nos meus braços,
 cansaço nos meus ossos
de me estrangular nos nossos laços.

guiei a orquestra,
bati com as ondas na areia.
rasguei a nossa teia.

não supliquei,
mas arranhei o futuro.
desfiz-me de tudo
e vivi na insónia.

fui estalada na razão,
e descobri a atlântida.
para finalmente compreender
que te vivi em vão.