segunda-feira, 30 de maio de 2011

boémia.

A poesia está nas olheiras
E nas noites que as ancoram.
Pessoas à mercê da vontade boémia
Que engole crenças, modos e maneiras.
Igualdade embebida nos gargalos já abertos
Nas gotas plasmas que perfuram barreiras,
Sendo a desinibição um eufemismo encoberto
De boa educação que falha nas alturas perfeitas.
São sorrisos e escárnios, canções d’outrora
São as nossas noites, as noites de quem Coimbra cuida.
Há amores encarando as estrelas longínquas
Como se fossem um relógio que entorta a hora.
E ouve-se as moedas e já parecem estrelas,
Corpos circulares, de cor dourada, luz.
As pressas ficam para quem ainda vê o tempo passar
Porque a consciência fica roncando baixinho
Sonhos que são estrelas, longínquos.
E sem pressa vive o imortal, nós só de alma
Porque o corpo no dia seguinte, é olheiras e voz rouca.
É dor de garganta, sonolência e a irresistível calma.
Mas que é também razão, sorrisos e memória
Para quem a noite parece sempre pouca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário